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Foi-se o tempo em que se esperava pouco dos Weblogs, afinal, não se podia exigir muita coisa de diariozinhos adolescentes. Porém, passados bons pares de anos, além da abreviatura ter encolhido, o formato amadureceu e ensaiou passos em direção a se consolidar como uma nova mídia, dentro dos princípios da Web 2.0, preconizadora da possibilidade de qualquer um se tornar produtor cultural, mesmo o baixo clero intelectual dos miguxos, salsinhas, paraquedistas, analfabetos lingüísticos e digitais, malucos beleza, góticos, skinheads, emos, etc.
Contudo, escrever um blog é expor publicamente forças e fraquezas. Por conta das últimas o blog vai enfrentar muitas críticas, ao passo que receberá uns poucos elogios pelas excelências. Pensando nisto, elegi alguns fracos, por onde normalmente os comentadores entram lotados para baixar o sarrafo.
1) Posts sem data: qual é o interesse por trás da data surrupiada? Acho uma isto uma tremenda mal caratice. Será que se trata de uma tosca tentativa de escrever “posts eternos”?
2) Sem abertura para comentários: este tipo de coisa execrável é encontrável em blogs de famosos, jornalistas, escritores, etc. Estes não leio e não linko, pois o blogueiro que não abre discussões nem deveria se chamar de tal.
3) Moderação: quando você comenta num blog e recebe na lata a mensagem “Comentário aguardando moderação”, não dá uma certa frustração? Gosto muito quando comento, ver o meu comentariozinho estampado instantaneamente na página. Reconheço a moderação como um mal necessário – neguinho que recebe mil spams por dia, não pode se dar ao luxo de suspender a moderação.
4) Falta de atualização: o espírito fundamentador do blog é o diário, quando ele passa a ser semanário, mensanário, semestranário ou anuário, perde a sua razão de ser. Eu costumava ler um blog chamado Dragão na Garagem, cuja última atualização foi em 5/2/2008, numa prova que o réptil já embolorou.
5) Textos extremamente curtos: feitos sob medida para manter a atualização em dia: os blogs que economizam em escrita não me convencem. Este tipo de procedimento é sinal de blogs caça-paraquedistas. Não vou dar exemplos, mas eles pululam por aí, um deles chega a gozar do respeitável ranking ao redor de 175.000 no Alexa.
6) Tela preta: coisas detestáveis as telas pretas, quando leio um blog com template negro e volto para o mundo real, parece que os olhos vão explodir, ninguém merece. Provavelmente quando o Top dos 50 piores do Noronha ficar pronto, alguns deles vão estar nele.
7) Excesso de widgets, popups, advertisments e traquitanas: um blog não precisa obrigatoriamente agasalhar toda a cracolândia de anúncios, banners, porcariazinhas piscantes, etc. Imagino o suplício dos leitores Dial-up! Quando, ao entrar num blog, a barra de status do Browser fica minutos mostrando o carregamento de dezenas de bichinhos, fujo da página como o diabo foge da cruz.

9) Conteúdo exclusivamente voltado a paraquedistas: vez por outra os visito este tipo de blog, mais por força dos ossos de ofício, do que por querer. Não vou dar exemplos aqui porque este tipo de blogueiro é muito combativo, o que seria tão inútil quanto tosquia de porco: muito grito e pouca lã.
10) Desequilíbrio autoral: os dois extremos igualmente incomodam os leitores, tanto os blogs excessivamente opináticos, quanto os exclusivamente noticiosos. Os primeiros causam desconforto porque os leitores normalmente esperam “opiniões abalizadas” e os segundos, ao disputarem diretamente o nicho “news” com a imprensa “séria”, não repetem a escrita da luta de David contra Golias.
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